Analisando de forma global as escolas de pensamento contábil,
percebe-se que elas são importantes para o avanço da ciência contábil. Algumas
isoladamente não apresentaram foco generalista, como o mundo requer nos dias
atuais, mas contribuíram de alguma forma para o cenário atual de uma
Contabilidade voltada para as necessidades de toda uma sociedade, em todos os
níveis.
Neste texto, um breve relato sobre as principais escolas.
A Escola Contista foi a primeira escola de Pensamento Contábil,
marcada no século XV, com aumento das sociedades, surgiu a necessidade da
separação da entidade e do proprietário (o capitalista ou proprietário, o
gerente e os terceiros). Como ideia principal o mecanismo de contas,
subordinado à escrituração. O mecanismo desta escola rotulou a Contabilidade
como Ciência das Contas e Escrituração. A obra que mais se destacou foi de
Lucca Pacioli.
Essa teoria contribui
para o surgimento da Teoria das Cinco Contas Gerais, em 1795, criada pelo
francês Edmond De Granges, que evidenciava os cinco principais efeitos de uma
transação comercial: Mercadorias, Dinheiro, Efeitos a Receber, Efeitos a Pagar
e Lucros e perdas.
A Escola Administrativa ou Lombarda, surgiu em 1840. A ideia
principal da base doutrinária afirmava serem as contas abertas a valores e não
a relações pessoais, admitindo a escrita contábil como parte mecânica.
A contabilidade não é apenas uma técnica de informação, mas algo
que se preocupa em conhecer o substancial que se encontra muito além do
registro, concluir sobre o julgamento de acontecimentos, permitindo análise
para a administração das sociedades, fornecendo instrumento para análise de
viabilidade, projeções futuras. Nesta fase, a união de Contabilidade e
Administração.
Esta Escola contribuiu para a evolução científica da
Contabilidade, pois a retratou não apenas como simples escrituração, mas
instrumento de informação gerencial para tomada de decisões da administração.
No século XIX, surge a Escola Personalista, como o nome sugere, a
principal ideia foi a de dar personalidade às contas (devedoras e credoras). As
contas deveriam ser abertas em nome das pessoas envolvidas (físicas e
jurídicas).
Giuseppi Cerboni, seguidor do pensamento, incorporou o conceito jurídico
de direitos e obrigações Esta escola, se aprofundou nas questões jurídicas,
contrária ao Contismo, transformou a conta em Pessoa, capaz de direitos e
obrigações baseada na responsabilidade pessoal entre os gestores e a substância
patrimonial, com cunho administrativo-jurídico.
Para a Escola Controlista , que surgiu por volta de 1880 em Veneza,
Itália, o objeto da contabilidade era controle da riqueza administrativa, tendo
distinguido as fases da gestão econômica e da direção e controle.
Em 1887, surge a Escola Norteamericana, sendo responsável pela
contabilidade gerencial, atribuindo transparência e responsabilidade aos
profissionais de área. A ideia da Escola foi a qualificação da informação
contábil, disponibilizando o processo da contabilidade financeira e relatórios
e divulgação da importância da contabilidade gerencial e a qualidade da
informação para tomada de decisão interna.
Para a Escola Matemática
a ideia central é que Contabilidade seria apenas uma ciência aplicada e não
social, pois não tinha objetivo de demonstrar a gestão ou fenômenos
patrimoniais. Desta forma, esta Escola não contribuiu tanto para o
desenvolvimento contábil.
A Escola Neocontista
retratava que o objeto da contabilidade estava representado pela riqueza do
Patrimônio, passando a contabilidade a ser a Ciência do Controle Econômico,
contrária ao Personalismo. Esta Escola contribuiu para o estudo da análise
patrimonial e dos fenômenos ligados à gestão empresarial.
Para a Escola Italiana
Moderna – economia aziendal, o controle econômico ou administrativo exercido
pela contabilidade não é seu objeto e sim um de seus instrumentos.
Para a Escola Patrimonialista, que predomina no Brasil, o pensamento
é que o patrimônio é uma grandeza real, que se modificava com o
desenvolvimento de atividades econômicas conhecidas, sendo evidenciado sobre
dois aspectos: o estático que permitia o
conhecimento do patrimônio em um dado momento e o dinâmico que estuda os
aumentos e diminuições no patrimônio provocadas por fatos administrativos.
É...já li o original em:
ResponderExcluirA EVOLUÇÃO DO PENSAMENTO CONTÁBIL
Reinaldo Luiz Lunelli*