14 novembro 2012

Breve relato sobre as Escolas do Pensamento Contábil


 
Analisando de forma global as escolas de pensamento contábil, percebe-se que elas são importantes para o avanço da ciência contábil. Algumas isoladamente não apresentaram foco generalista, como o mundo requer nos dias atuais, mas contribuíram de alguma forma para o cenário atual de uma Contabilidade voltada para as necessidades de toda uma sociedade, em todos os níveis.
 
Neste texto, um breve relato sobre as principais escolas.
 
A Escola Contista foi a primeira escola de Pensamento Contábil, marcada no século XV, com aumento das sociedades, surgiu a necessidade da separação da entidade e do proprietário (o capitalista ou proprietário, o gerente e os terceiros). Como ideia principal o mecanismo de contas, subordinado à escrituração. O mecanismo desta escola rotulou a Contabilidade como Ciência das Contas e Escrituração. A obra que mais se destacou foi de Lucca Pacioli.

Essa teoria contribui para o surgimento da Teoria das Cinco Contas Gerais, em 1795, criada pelo francês Edmond De Granges, que evidenciava os cinco principais efeitos de uma transação comercial: Mercadorias, Dinheiro, Efeitos a Receber, Efeitos a Pagar e Lucros e perdas.

A Escola Administrativa ou Lombarda, surgiu em 1840. A ideia principal da base doutrinária afirmava serem as contas abertas a valores e não a relações pessoais, admitindo a escrita contábil como parte mecânica.

A contabilidade não é apenas uma técnica de informação, mas algo que se preocupa em conhecer o substancial que se encontra muito além do registro, concluir sobre o julgamento de acontecimentos, permitindo análise para a administração das sociedades, fornecendo instrumento para análise de viabilidade, projeções futuras. Nesta fase, a união de Contabilidade e Administração.

Esta Escola contribuiu para a evolução científica da Contabilidade, pois a retratou não apenas como simples escrituração, mas instrumento de informação gerencial para tomada de decisões da administração.

No século XIX, surge a Escola Personalista, como o nome sugere, a principal ideia foi a de dar personalidade às contas (devedoras e credoras). As contas deveriam ser abertas em nome das pessoas envolvidas (físicas e jurídicas).

Giuseppi Cerboni, seguidor do pensamento, incorporou o conceito jurídico de direitos e obrigações Esta escola, se aprofundou nas questões jurídicas, contrária ao Contismo, transformou a conta em Pessoa, capaz de direitos e obrigações baseada na responsabilidade pessoal entre os gestores e a substância patrimonial, com cunho administrativo-jurídico.

Para a Escola Controlista , que surgiu por volta de 1880 em Veneza, Itália, o objeto da contabilidade era controle da riqueza administrativa, tendo distinguido as fases da gestão econômica e da direção e controle.

Em 1887, surge a Escola Norteamericana, sendo responsável pela contabilidade gerencial, atribuindo transparência e responsabilidade aos profissionais de área. A ideia da Escola foi a qualificação da informação contábil, disponibilizando o processo da contabilidade financeira e relatórios e divulgação da importância da contabilidade gerencial e a qualidade da informação para tomada de decisão interna.

Para a Escola Matemática a ideia central é que Contabilidade seria apenas uma ciência aplicada e não social, pois não tinha objetivo de demonstrar a gestão ou fenômenos patrimoniais. Desta forma, esta Escola não contribuiu tanto para o desenvolvimento contábil.

A Escola Neocontista retratava que o objeto da contabilidade estava representado pela riqueza do Patrimônio, passando a contabilidade a ser a Ciência do Controle Econômico, contrária ao Personalismo. Esta Escola contribuiu para o estudo da análise patrimonial e dos fenômenos ligados à gestão empresarial.

Para a Escola Italiana Moderna – economia aziendal, o controle econômico ou administrativo exercido pela contabilidade não é seu objeto e sim um de seus instrumentos.

Para a Escola Patrimonialista, que predomina no Brasil,  o pensamento  é que o patrimônio é uma grandeza real, que se modificava com o desenvolvimento de atividades econômicas conhecidas, sendo evidenciado sobre dois aspectos: o  estático que permitia o conhecimento do patrimônio em um dado momento e o dinâmico que estuda os aumentos e diminuições no patrimônio provocadas por fatos administrativos.

Um comentário:

  1. É...já li o original em:
    A EVOLUÇÃO DO PENSAMENTO CONTÁBIL
    Reinaldo Luiz Lunelli*

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